Meu desafio pessoal

Venho contar a vocês a minha humilde história de superação.

Tenho um medo de altura horrível! Aliás, tenho medo de quase tudo: altura, avião, lagartixa, sapo, escuro, espírito, caverna, lugar antigo, igrejas.....

Desde pequena eu sou assim! 
Uma vez, quando eu tinha 3 anos, meu tio quis brincar comigo e pegou o cordão dele, que tava geladinho e botou no meu pescoço dizendo que era uma lagartixa. Eu travei o corpo todo, fiquei roxa e desmaiei.
Pronto! Acabou a brincadeira.

Sempre fui assim, cagona! E não gosto nada disso.

Queria poder fazer de tudo um pouco, me aventurar, sentir o que as pessoas que não tem medo sentem e poder desfrutar.

Por isso, esse fim de semana foi bem marcante pra mim.

Fomos no Six Flags (um parque de diversões que tem aqui no México).

A intenção de todo mundo era só se divertir, mas a minha ali, ia muito além disso.
Eu queria ultrapassar as minhas barreiras, testar os meus limites, ver até onde eu posso chegar e provar pra mim mesma que eu posso, que eu sou forte e sou capaz.

Era o meu desafio pessoal. 
Eu queria encarar pelo menos um dos meus medos de frente.

E fui.

Chegando lá, o parque estava vazio.

Isso significa que não tinha fila nenhuma e ir para qualquer brinquedo, era muito rápido.

O primeiro brinquedo que eles quiseram ir era nada menos que o “super man”: uma montanha russa gigantesca, a pior (ou a melhor) de todas.

Junto conosco haviam uns poucos valentes, esperando para se aventurar também. 
Todos muito tranqüilos em busca de adrenalina para a diversão.

Eram todos muito valentes mesmo, mas de todos os que estavam ali, a mais valente, era eu.

Ao contrário de todo mundo, o que eu queria era buscar diversão na adrenalina.
O meu medo dessas coisas sempre passou do limite do divertido até chegar ao pânico, que não é nada legal.

Minhas pernas tremem, meu corpo todo trava e eu me desespero. 
Sinto que vou cair a qualquer momento ou a qualquer descuido.
Começo a pensar que preciso sair dali LOGO e pisar em terra firme.

Chegou a minha vez: sento na cadeira, aperto bem os cintos e espero a brincadeira começar para terminar logo e eu poder me sentir a pessoa mais vitoriosa do mundo.
As cadeirinhas começam a avançar sobre o trilho. 
A adrenalina sobe e eu sinto o frio na barriga começar a gritar.
Todo mundo preferia lá na frente porque "é melhor ver tudo o que está acontecendo". 
Já eu pensava que quanto mais atrás mais segura eu estava.
Começa a subir: sobe, sobe, sobe, sobe...........e sobe, sobe, sobe...........vejo a cidade inteira e esse negócio não deixa de subir.
Comecei a gritar e pensar "se tudo o que sobe desce, então F-U-D-E-U"
Desceu! AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH
Eu gritei até não poder mais!
Tinha vontade de tudo nesse momento, menos de soltar minhas mãos do braço do Rodrigo.
Tudo rápido demais, assustador, bruto, doido, violento, frio, estranho, mexido..........e legal.

Gostei!

Eu fui e nem pude acreditar que fui capaz de enfrentar esse medo todo como um predador enfrenta a presa.

Enfrentei como uma fera, mas não foi nada fácil, eu assumo. 
Tratei de fazer com que este desafio fosse passado da melhor maneira possível.

Tiveram dois momentos em que eu tive que fechar os olhos, mas eles ficaram abertos em quase todo o trajeto.

Depois do super man eu não tive mais problema em ir nas demais montanhas russas. 
Afinal, eu já havia ido na pior... 
Depois do Super man, qualquer uma era besteira.

Fui na do Batman (que não tem chão, são só cadeirinhas e os pés vão pendurados), fui no boomerang (que tem dois loopings e volta de costas) e fui na medusa (que é de madeira) duas vezes. 
A primeira vez que fui, saí feia na foto, aí fui de novo para tirar uma foto bem bonita e guardar comigo pra sempre como prova da minha valentia e coragem.
Resolvi publicá-lae pra vocês e pra quem mais quiser ver.
Podem acreditar! Eu fui e ainda fiz pose pra foto! Rs

Além das montanhas russas, fui no carrinho bate-bate  (me lembrei muito da minha infância), tirei fotos com os bichinhos, andei de kart (dirijo muito) e em um trenzinho que foi só pra descansar.

 

 

Eu amei ter ido lá! Foi tudo muito bonito!

Mas o mais bonito de tudo, foi o orgulho que eu senti de mim por ter enfrentado tantas vezes o medo que eu sempre trouxe comigo.