quarta-feira, 29 de junho de 2011

Daqui à pouco já é julho...

Me lembro que em julho de 2009 eu deixava o Brasil, para viver um grande amor.
Outra etapa da vida, tudo novo, recomeço.
Cheguei no México junto com minha família (pai, mãe, irmã, tio e tia) que sempre me acompanhou em todos os momentos importantes da minha vida.
Cada um trouxe uma mala de 23kg para mim. 
Minha vida, apartir deste dia, passava a se resumir a exatos 138kg.
Chegamos todos em clima de festa e férias. Afinal, essa era a intenção, né?
Eu estava feliz e realizada. Me sentia mais que completa. Era a primeira vez que eu me mudava de cidade.
Durante a estadia da família aqui, fomos a Cancun, passeamos em vários lugares, comemos pimenta, tiramos muitas fotos, fizemos churrasco, feijoada........























Foi tudo ótimo até chegar o momento da ida deles. Foi a hora que a ficha caiu.
“ É Laura, acabou o milho acabou a pipoca...” – pensava eu.
Como nunca acontecido antes, eles foram e nós ficamos. Foi a primeira vez que nós choramos juntos e nos ajudamos depois de uma despedida.
Justo eu e Rodrigo que nos despedimos tantas vezes um do outro, estávamos vivendo um momento inédito neste romance.
Eu acabava de dar entrada a uma nova página do meu livro. Estava prestes a viver os momentos mais intensos, importantes e definitivos para um novo começo de realidade.
Me vi perdida e me desesperei ao perceber a realidade: Eu estava em um país novo e que nunca foi meu, onde todos falam um idioma que não é meu, onde é todo mundo esquisito, onde nas festas não tem samba e nos domingos não tem churrasco, onde todo mundo come pimenta até morrer e (principalmente) onde o que dá errado nao tem a ajuda de mais ninguém, além de mim e do Rodrigo, (é claro).
Papai e mamãe já não estavam. Eu comecei a aprender que a minha família agora é o Rodrigo e só ele. Daí pra frente eu descobri o quanto eu precisava ser forte, aprender a ser uma boa esposa, dona de casa, mulher....
Por mais que eu estivesse realizando o sonho de viver com a pessoa que eu amo e te-la como minha família, é impossível negar que foi difícil.
O tempo foi passando...comecei a aprender a cozinhar. “Nossa! Quanta comida gostosa eu sei fazer! Por que eu não descobri essa habilidade antes?” “Nossa Laura, como a casa tá limpinha!” “Nossa, como você sabe dar bem as ordens a empregada parra arrumar tudo!” (...)
A vida de dona de casa até tinha um sabor ótimo, apenas para pessoas que não são tão agitadas como eu. Não fosse minha inquietude de querer sempre mais eu estaria até hoje cozinhando pro maridão, a casa estaria impecável e eu estaria sempre cheirosa esperando ele chegar para desfrutarmos de um bom vinho.
Comecei a me sentir tão inútil sem trabalho e sem ter nada pra fazer, que eu acordei pra vida e pensei "tenho que começar a correr atrás".
Comecei a procurar emprego, mas imagina: eu sou uma publicitária que não sabe nem fazer bonequinho de palito no paint, quem vai me dar emprego aqui pra escrever em português??
Como boa brasileira que sou, eu disse que não ia desistir nunca. E não desisti mesmo! Entrega currículo aqui, currículo ali...tava topando qualquer parada!
Até que um belo dia o telefone toca com a proposta de ser copy creativo em Televisa (!!!). Como assim? O que é copy creativo? Eu? Escrever em português no México? Alguém só pode estar de brincadeira...

A pessoa: “Precisamos marcar uma entrevista com você. Quando você pode?
E eu (cheia de atitude): “Agora!”

Fui, fiz um teste, fui entrevistada e aprovada. Eu acabava de encontrar o emprego dos meus sonhos. Fiquei tão orgulhosa de mim, sabe? Que conquista!
Eu acreditei tanto, corri tanto atrás que eu consegui e cheguei a uma conclusão. A de que nenhum sonho é utópico quando realmente se acredita e luta por ele. E que tudo, absolutamente tudo está sempre ao nosso alcance se fizermos por merecer.
Hoje eu estou trabalhando há um ano e meio em Televisa. (Tá, que o emprego não é lá essas coisas, mas tá bom, vai?) Eu tenho muitos amigos, tantas histórias... Eu aprendi tanta coisa! Graças a este emprego que eu consegui ficar mais independente do Rodrigo, ter meu próprio dinheiro, comprar um carro, me encher de roupas todo mês (porque eu mereço), viver sempre linda, com as unhas feitas e ainda encher a minha família de orgulho!

Em julho faz um mês que minha família voltou aqui.  Eles puderam ver de perto a vida que eu levo e tudo o que mudou. Tenho certeza que eles adoraram as mudancas, me viram muito mais madura e foram embora tranquilos, sabendo que eu estou bem e ainda tenho muito que crescer aqui.
Eu olho para trás e só tenho que agradecer por tudo de bom que a vida tem me proporcionado. É nestas coisas e pensando na minha família que eu encontro forcas e sigo em frente porque eu ainda quero muito mais e adoro as minhas conquistas, além de amar todo mundo.

5 comentários:

  1. Nossa Laloka, revivi cada detalhe da sua descrição! E tenho que concordar com cada palavra escrita, principalmente a parte do ORGULHO da familia. Vc está a cada dia nos enchendo ainda mais de alegria e a mim, particularmente! Me impressiono com a sua maturidade, vontade de vencer e principalmente de ser FELIZ! Vc é super guerreira e vitoriosa. E o melhor é que a sua história está apenas começando! Teremos ainda mts conquistas pela frente! Bjks! Amo-te!

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  2. É Laurinha, vc se tornou a verdadeira "Menina Mulher".Deixou o lado muleka pra viver uma vida intensa aí no México com o Rodrigo... corajosa!
    Te desejo toda sorte e sinto muitas saudades!
    Bjinhos Luy

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  3. Pois é Laura sei muito bem o que é isso, ficar longe da família nos faz crescer. E muitas coisas boas ainda estao por vir!!!! conte com mais uma amiga aqui para te ajudar, e continue escrevendo textos emocionantes!!!! Que tenga un bonito dia!!!! : )

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  4. Linda história de vida!!! Me emocionei!!! Um exemplo de pessoa guerreira, que sabe o que quer, e principalmente, sabe alcançar e superar tudo que quiser!

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  5. Obrigada gente! Assim eu fico toda boba! Hahaha O texto era para ser mais longo, mas até me deu vergonha seguir esse rítimo contando tanta coisa, fazendo o texto deixar de ser texto e virar livro...Quem sabe, né? Rs

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