terça-feira, 22 de maio de 2012
Por Martha Medeiros
"Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por um motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem."
sexta-feira, 18 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Sempre pode ser melhor
Ontem acordei com o coração apertadinho.
Foi o dia das mães no Brasil.
Eu não sou mãe e tão pouco tenho minha mãe por perto para festejar.
Tinha motivo para estar feliz?
Liguei pra ela, felicitei, não agüentei e comecei a chorar.
Muita saudade....
Aproveitei e parabenizei minha sogra também, afinal ela me deu um maridão, né?
Senti um vazio, o dia tava cinza e sem graça.
Até que uma amiga me disse pra eu deixar de reclamar, porque se eu estou aqui no México, foi porque eu escolhi estar. Que pior seria se eu não tivesse mais a minha mãe.
Acho que eu precisava desse estalo.
O comentário dela mexeu tanto comigo que eu não consegui mais chorar.
Só agradecer mesmo...
Agradecer que mamãe sábado comemorou mais um ano de vida, que ela fica cada dia mais linda, mais alegre, mais jovem, mais amiga.
Agradecer por ter podido vê-la há pouco tempo.
Agradecer por ela ter saúde, estar feliz com papai....
Nossa! Como eu pude ter sido tão egoísta? Por que eu não pensei nisso antes?
Eu to feliz. Eu sou feliz aqui.
A vida foi feita de escolhas, e para cada escolha é necessário uma renuncia.
E eu renunciei. Renunciei esse convívio diário com minha família.
Renunciei a minha vida toda lá no Brasil para estar aqui, feliz ao lado do Rodrigo.
Eu tenho amigos, tenho saúde, tenho trabalho, to nova....não tenho mesmo do que reclamar.
Enxuguei as ultimas lágrimas que caíram, tomei um banho, botei uma roupa bonita e fui passear com o Rodrigo.
Tivemos a idéia de passar numa loja para comprar brinquedos e distribuir na rua.
E lá fomos nós.
Bolas, bonecas, carrinhos, panelinhas, bichinhos, telefoninhos.....
Bolas, bonecas, carrinhos, panelinhas, bichinhos, telefoninhos.....
Em cada semáforo que tinha uma criancinha trabalhando ou acompanhando o pai ou a mãe que pediam dinheiro, nós dávamos um presentinho.
Compramos para todas as idades, para ambos os sexos.
Eles vinham tristes, com carinhas de cansaço, sem brilho nos olhos e totalmente desconfiados para pegar o presente.
Tinham tanta desconfiança ou falta de costume de receber presentes, que nem coragem para abri-los tinham.
Unanimemente, me diziam “gracias”, me pediam outro pro irmão, pro primo...e me davam os sorrisos mais puros e sinceros que eu já vi.
Eles mandavam beijos e davam tchauzinho, com as mãozinhas sujas de rua, vestindo roupinhas velhas, caminhando com os pezinhos descalços e cansados no chão.
Receber uma bola ou uma boneca foi suficiente para devolver o brilho outra vez aos olhos deles.
Como pode algo que pra mim significa tão pouco, pra eles significar tanto?
Foi tão gratificante poder mudar o dia deles, assim como foi tão gratificante isso mudar meu dia, que eu aprendi uma lição: tudo sempre pode ser melhor e mais bonito. Depende de quem olha.
Ontem o dia teve tanta beleza que quando eu me deitei, meu coração continuava apertadinho, só que dessa vez, era de alegria, que não cabia mais em mim.
Mamãe também ficou feliz.
Boa semana pra vocês.
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